Afinal, como se dá a relação entre cidade-física e a cidade-rede que a conforma? Essa relação é unilateral, ou pelo menos no aspecto que estudamos se dá em mão dupla? Oferecemos aqui os resultados das simulações feitas acompanhadas das nossas interpretações.
A pergunta original era se geometria da forma urbana, interferiria na topologia da rede resultante de encontros dos habitantes, a nossa hipótese sendo que não haveria impacto. Fazendo jus à base epistemológica, o resultado foi um tanto mais complexo: a geometria geral não interfere, entretanto, a geometria interfere. Explicando, a forma per si da geometria dos lugares, que representa a cidade-física, se linear, cruz, circular, não apresenta variações na formação da cidade-rede resultante. Entretanto, a geometria dos percursos que as pessoas fazem, sim. Ou seja, a localização dos pontos de origem e destino de deslocamentos é que provoca diferenciações, sendo muito mais importante a localização deles do que a forma do substrato onde estão inseridos.
Naturalmente que esse resultado é o das nossas simulações, entretanto, entendemos a consistência da modelagem como um todo. Um próximo passo para o desenvolvimento desse modelo proposto seria buscar observações análogas em cidades no mundo real. Certamente que reflexões mais atentas e maduras vão indicar métodos adequados.
O programa utilizado para essas simulações está disponível online nos links apresentados no anexo de downloads, e buscamos estruturá-lo de modo a permitir alterações e especialmente inclusões de comportamento com alguma facilidade. Acreditamos que outros fenômenos e comportamentos podem ser estudados mais facilmente a partir dessa estrutura de simulação de CAS. Mais do que quaisquer respostas definitivas, buscamos identificar um caminho possível de percorrer em termos de teoria e metodologia.