top of page

A evolução da reflexão urbanística desde o séc. XIX permite que façamos uma narrativa de desenvolvimento que parte da configuração geométrica pelo desenho, passando ao estudo de uma ecologia urbana, seguindo para estudos de movimentos sociais e estratégias de decisões participativas. Como lembretes de um processo de conscientização da complexidade da cidade, fizemos um percurso rápido entre o geometrismo europeu e a escola de ecologia de Chicago. Entretanto, ao invés de entrar no estudo das organizações que compõem a cidade, nos interessa uma outra escala do fenômeno, o das características da rede em si.​​

Do rosario severino às redes de arranjo produtivo locais e cadeias produtivas, aos estudos de redes sociais, as cidades vão descritas, por uma série de autores, como redes de trocas. Não apenas conectadas numa complexidade local, regional, internacional, mas também internamente formadas por essas redes, de trocas, de contatos, de afetos, entre seus cidadãos.​

A perspectiva ontológica que optamos por trabalhar enxerga a cidade como um CAS. Isso significa enxergá-la como resultado dessa troca e transformação de informação na organização dos elementos que a constituem, aglomerados e separados em função dessas transformações, em constante adaptação às condições do ambiente. Como aspecto mais concreto, há as organizações formadas, empresas, associações de bairro, grupos políticos, famílias, aspectos abordados pelos estudos de movimentos sociais, estratégias de decisão e projetos participativos, se adaptando a mudanças políticas, culturais, econômicas, etc.

Tão objetivas quanto, mas mais difícil de visualizar, são as relações de contato e troca entre as várias organizações que formam a estrutura das redes sociais (e ou de troca) na cidade. E o que são, afinal, essas redes? Todas são iguais, existem características que as diferenciam? As propriedades são as mesmas, variam de que maneira? Elas apenas existem ou têm origem e processos de formação diversos?

Mais do que reescrever o dito sobre cada uma dessas características e propriedades, apresentamos brevemente um percurso da evolução dos estudos sobre redes (sociais) tendo como marco temporal o trabalho seminal de Granovetter (1983) até o reconhecimento de estruturas típicas da era da Internet. Apresentamos também implicações de diferenças topológicas na propagação da informação na rede. Afinal, é disso que se trata: transmissão de informação em um conjunto de elementos.

tese de doutorado - daniel lenz costa lima

bottom of page